Resumo da primeira prova de Fundamentos Epistemológicos da Psicanálise

Consciência da loucura-  destruição da tradição de deus

  • Eu psicológico e consciência reacional surgem como fundamento da subjetividade moderna
  • Racionalismo moderno faz a partilha entre razão e desrazão produzindo a loucura
  • Foucault (1979) - loucura é uma produção do século (XVIII) através de seus saberes, suas práticas e de suas instituições que se consolida com o surgimento da psiquiatria no século XIX

Partilha dos saberes e poderes

  • Segunda metade do séc XIX- as especialidades médicas estão consolidadas que tratam da doença mental e também a psicologia como ciência

Medicina

Lida com a consciência e corpo anormais, buscando estratégias de diagnóstico e tratamento do adoecimento por meio de estudos clínicos e empíricos
  • Psiquiatria: trata de doenças que acometem o SNC como um todo - e as condições que a consciência do eu e da realidade estão profundamente alteradas.(Psicoses)
  • Neurologia : trata de doenças do SNP- e as condições e sintomas psíquicos que se mostram localizados e regionalizados.
  • Psicologia: lida com a consciência, buscando estruturas universais do  psiquismo por meio de estudos empíricos.

Técnicas de tratamento

A psiquiatria se desenvolveu em torno do diagnóstico e da caracterização das doenças mentais, mas o tratamento pouco avançou.

Além do confinamento e isolamento social e de algumas técnicas corporais que tinham mais o caráter punitivo, consagra o tratamento moral baseado no interrogatório dos antecedentes e em busca de uma confissão

Estados alterados da mente - loucura experimental.

Neurologia - massagens e exercícios físicos, banhos, compressas,estimulação elétrica, isolamento familiar.

Freud - fundador
Histeria - a matriz clínica

Afecção estritamente feminina, palavra grega hysteros (útero) deslocamento do elemento feminino pelo corpo, modulando a dinâmica dos humores (sangue, bile negra, bile amarela e pneuma).

A compreensão da histeria foi se tornando uma questão- a medicina da época a caracterizava como uma falsa doença. Concepção do senso comum até hoje.

Charcot - caracterizou a histeria por meio de uma entidade psicopatológica por meio de uso de drogas e hipnose indicando uma origem traumática e psicológica para os sintomas, mas sem definir um tratamento específico.

Sintomas clássicos:
Humor afetado e oscilante com tendências a encenação e artificialidade, crises de ansiedade, falta de ar, taquicardia e sudorese, dores corporais, perda de sensibilidade e motricidade com parestesias e paralisias de caráter conversivo, desmaios, crises de ausência, perda de memória e dissociação da consciência, ataques convulsivos aparentados a crises epilépticas.
Casos graves: Psicose, alucinação, delírio e melancolia.
As conversões somáticas e as dissociações de consciência serão considerados os sintomas mais característicos dessa patologia.
Mal do final dos século XIX - moral  sexual repressora

O campo nascente da neurologia e os limites da abordagem anátomo-fisiológica:
*Uso demonstrativo da hipnose
*Ausência de lesão anatômica
* causalidade psquíca dos sintomas corporais.
Freud  é discípulo de Meynert, amigo de Breuer e estudou com Charcot , voltando a Viena resolve aplicar os método de hipnose de Breuer e começa seus próprios estudos sobre a Histeria.
Caso Anna O - inaugural  da Psicanálise.

Método Catártico
  • Derivado do grego (purgação)- técnica desenvolvida por Breuer - consistia em descarregar os afetos ligados a experiências traumáticas.
  • Investigação da consciência por hipnose cabia encontrar o evento traumático e produzir sua ab-reação. Ou seja retomar o curso de ação de descarga emocional que havia sido represados.
  • Técnica permitia a expressão dos afetos estrangulados na ocasião do trauma que estavam na origem dos sintomas histéricos.
  • Freud, por influência de Bernheim, passou também a utilizar a sugestão hipnótica como recurso para supressão da força patogênica dos fatos traumáticos.

Concepção de defesa

  • Forma de censurar por parte da consciência do paciente uma ideia ameaçadora e desagradável, forçando-a a manter-se fora de seu âmbito.
  • A defesa no caso da histeria seria o recalque ou repressão que consistiria em suprimir a ideia da consciência liberando seu afeto.
  • O mecanismo pelo qual a carga de afeto ligada a essa ideia é transformado é chamado de conversão.
  • Outro efeito da defesa é a resistência que os pacientes apresentam a rememorar as eventos traumáticos e seus derivados.
  • Freud descobre isso ao iniciar o uso da associação livre.

Avanços na técnica clínica

Desde os estudos sobre a histeria Freud vem abandonando a hipnose.
  • Abandono se dá por questões recidivas na produção dos sintomas e na desconfiança de que muitos traumas eram fantasias e não experiências reais.
  • Produção de um novo método que envolveria a livre expressão da experiência mental do paciente.
  • Passo intermediário:pressão na testa como recurso sugestivo.
  • Em determinado momento Freud pede ao paciente fale livremente sem exigência de coerência ou articulação consciente.
  • Essa técnica será denominada associação livre que terá como contrapartida na atitude do terapêuta uma atenção igualmente flutuante para poder chegar a interpretações sobre o sentido inconsciente da fala e dos sintomas do paciente.
  • O princípio é que as determinações inconscientes do  discurso se imponham a mente e ao discurso do paciente na medida em que os controles conscientes fossem suprimidos.
  • Decorre desse princípio a orientação do uso do divã para que não se torne uma consulta, conversa e deixando a dupla mais livre para devanear.
  • A associação livre e atenção flutuante constituirá regra fundamental.


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